O fim do Cemitério dos Imigrantes

Uma análise detalhada está sendo conduzida sobre as intervenções realizadas no cemitério, levando em consideração aspectos técnicos, históricos e administrativos. Para isso, aguarda-se um parecer da museóloga e especialista em Patrimônio Cultural Funerário, que esteve envolvida em um projeto no local há mais de 10 anos. O objetivo é compreender as metodologias, práticas e condutas adequadas para um espaço com tantas particularidades e significado simbólico.

O ex-prefeito Ércio Kriek foi consultado sobre o tema e confirmou que, durante sua gestão, existia um projeto para a recuperação do cemitério. No entanto, ele destacou que a iniciativa previa restauração, e não intervenções no formato em que estão sendo conduzidas atualmente. Segundo suas palavras:

Na verdade, o nosso projeto era restaurar…
E não destruir.

Diante da falta de retorno por telefone, uma solicitação formal foi protocolada presencialmente na Prefeitura de Pomerode, junto à Secretaria de Planejamento, em 12 de março. Os documentos requeridos incluem:

  • Projeto Arquitetônico

  • Projeto Elétrico

  • Projeto Estrutural

  • Projeto Hidrossanitário

  • ART (Anotação de Responsabilidade Técnica)

Até o momento, nos arquivos disponibilizados pela Prefeitura, não há registros detalhados sobre os estudos ou documentos técnicos relacionados à intervenção já realizada — apenas sobre as etapas futuras do projeto.

Durante uma tentativa de contato direto com o prefeito Rafael Ramthun, ele foi encontrado deixando seu gabinete. Não há detalhes sobre sua postura na ocasião, mas o bloqueio de perfis da imprensa em suas redes sociais levanta questionamentos sobre a transparência e a abertura ao diálogo por parte da administração municipal.

Em reuniões com a secretaria do prefeito, o chefe de governo, Mike Andrew Moretti, e representantes da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, foi constatada a ausência de respostas concretas sobre as medidas adotadas no cemitério. As perguntas diretas sobre a conduta da administração municipal em relação ao local foram reiteradamente desviadas, com justificativas que remetem a um projeto futuro.

As autoridades negam que túmulos tenham sido destruídos ou que os métodos de limpeza tenham sido inadequados à fragilidade do local. Além disso, a responsabilidade pela situação atual é frequentemente atribuída ao abandono por gestões anteriores.

Uma reunião com o prefeito, previamente agendada para 26 de março, havia sido marcada desde fevereiro. No entanto, diante da falta de avanços no diálogo e da postura adotada até o momento, a solicitação foi cancelada.