Há cidades que a gente visita. Outras, nos atravessam. Pomerode é uma dessas. Pequena no mapa, mas imensa em história, cultura e encanto, essa cidade catarinense carrega com orgulho o título de “a cidade mais alemã do Brasil”. E não é para menos. Aqui, cada rua pavimentada com paralelepípedos, cada enxaimel bem preservado e cada sotaque carregado do passado parecem contar uma história que resiste ao tempo.
Caminhar por Pomerode é como abrir um livro de memórias vivas. No centro, as casas em estilo enxaimel testemunham a herança dos imigrantes alemães que chegaram por aqui no século XIX. Algumas delas, centenárias, foram erguidas sem um único prego, apenas com encaixes de madeira e paciência de artesão. Um método que desafia a pressa do mundo moderno e nos lembra que a verdadeira grandeza está nos detalhes.
Mas Pomerode não é só tradição. É também vida pulsante, seja nos festivais culturais, como a Festa Pomerana, onde a música, a dança e a gastronomia fazem a cidade vibrar, ou nos pequenos cafés e restaurantes que servem um pedaço da Alemanha em forma de strudel e eisbein. A culinária local é um convite à gula – e recusar seria um pecado capital.
E então, há a natureza. Cercada por morros verdes e cortada pelo Rio do Testo, Pomerode tem aquele cheiro de mato molhado depois da chuva, aquele silêncio interrompido apenas pelo canto dos pássaros e o som das carroças que ainda trafegam por algumas estradas de terra.
Por aqui, o tempo não passa. Ele dança devagar, acompanhando o ritmo de uma cidade que soube preservar suas raízes sem deixar de olhar para o futuro. Para quem busca um refúgio onde a tradição e a autenticidade ainda são levadas a sério, Pomerode é mais do que um destino – é uma experiência.
Venha sem pressa. Pomerode não se visita. Se vive.